Jornal de Borda #1, 2015.
Pequeno conjunto de anotações coloquiais de palestras sobre arte e fotografia feitas a mão em papéis emprestados durante o evento e encontradas em cantos diversos sem a referência de data, local e autoria da aula.
# olhar pelo revés daquilo que é posto tanto pela história da arte quanto da própria fotografia ~ pensar na arte impregnada pelo modo como a fotografia se fez presente – um modo de ver o mundo
# na fotografia nada é reproduzido, é produzido ~ a fotografia inventou a si mesma e inventou um mundo fotográfico
# o sentido de uma imagem é uma relação, uma trama – no espaço, no espectador, na sociedade
# toda fotografia é uma sombra de outras tantas fotografias (cadava?)
# o museu assenta a fotografia na sua função inicial ~ fazer um inventario do mundo
# a fotografia é a arte da ficção por essência / a palavra ficção em dois sentidos – a mentira e a invenção / ficção como fonte de alimento p/ as realidades universais
# pelo homem não ser contemporâneo dele mesmo é que na arte há esse deslocamento
# o ensaio resiste à ideia de obra-prima, de totalidade [parece adorno!]
# na arte é preciso pensar nas inscrições que produzem sentido
# Pag. 93 – arte política (?) / discutir trecho com o grupo
# a perda da aura significa que até mesmo os fantasmas morreram
# quando a arte se aproxima mais da cultura do que da própria arte
# os artistas contemporâneos devolvem a questão para o próprio meio da arte ~ muitas vezes por meio da fotografia pelo seu amplo papel na cultura
# espaços discursivos da fotografia – krauss (o fotográfico) – perigo da curadoria que pensa a fotografia apenas pela questão estética
# fotografia é um lugar conceitual ~ nos alocamos ali para descobrir alguma coisa
# a imagem faz parte de um acontecimento / não há acontecimento sem uma imagem (não seria um exagero?)
# como as imagens ganham distintos papéis – no mundo, na arte
# Pag. 348 – Trecho sobre fotografia e tempo/duração – pensar melhor ! IMPORTANTE !
# a arte é muito perversa – atualmente o meio cultural caminha na mesma direção [falar disso em sala de aula]
# pensar na fotografia não como um objeto mas como um processo
# na arte apenas os imbecis são dogmáticos
# a fotografia vai tirar da arte a coisa do gênio da arte, de que só os gênios produzem – tribunal
# didi-huberman não ilustra um saber – ele constrói / imagens áudios fotografias jornais – contrapontos que permitem ler o que não está escrito / se trata de suscitar novas formas de ver e saber, de pensar a temporalidade cultural
# desmistificarão da própria historia da arte da sua versão mistificadora ~ pensar um outro destino para ela
# a fotografia aponta um conselho para a arte ~ pense no reprodutivo
# a arte contemporânea é marcada pelo desejo de que a obra possa transitar livremente pelos territórios – tanto das linguagens como da arte em relação com o mundo
# toda obra tem uma dimensão social / política
# Pag. 34 – problema posto – a história da arte moderna não credita um lugar a contento para a fotografia ~ a história da fotografia tende a obscurecer seu conflito com o campo da arte / brecha para pesquisa
Jornal de Borda é uma publicação semestral de arte. Idealizado por Fernanda Grigolin, com projeto gráfico de Lila Botter, o jornal conta com a participação de artistas, curadores e pesquisadores como Fábio Morais, Felipe Russo, Galciani Neves, Lívia Aquino, Paula Borghi e Raquel Stolf.